Superando a Sobrecarga de Informação por meio de Espaços de Aprendizagem Social

Vamos começar com minha confissão: eu costumava ser um viciado em informação. Eu assinava dezenas de newsletters, salvava inúmeros artigos para ler depois e tinha uma pasta no meu e-mail transbordando de materiais para ler “quando tivesse tempo”. Mas logo percebi que essa sobrecarga constante de informações estava me prejudicando, e muito.

A era da informação tornou mais fácil do que nunca acessar uma quantidade avassaladora de informações. Com tantos recursos disponíveis na ponta dos nossos dedos, pode ser difícil filtrar e identificar o que é verdadeiramente valioso para o meu próprio desenvolvimento pessoal e profissional. É muito fácil se perder na vastidão da internet e mesmo quando encontro algo relevante, muitas vezes tenho dificuldade em apreender a informação e implementá-la efetivamente no meu próprio contexto.

Soa familiar? Bem, a boa notícia é que há outros caminhos, e eu compartilharei uma abordagem que tem funcionado para mim: no ano passado, tomei a decisão consciente de direcionar meu foco para espaços de aprendizagem social e oportunidades colaborativas de desenvolvimento de habilidades. E a diferença tem sido surpreendente, tanto no meu contexto pessoal quanto profissional.

É aí que entram os espaços de aprendizagem social. Como descrito por Etienne e Bev Wenger-Trayner, “Um espaço de aprendizagem social é um evento de engajamento mútuo na aprendizagem. Ele surge quando um grupo de pessoas, cada uma ansiosa por descobrir como fazer algo importante para elas, descobrem e experimentam uns aos outros como parceiros de aprendizagem”.

“Um espaço de aprendizagem social é um evento de engajamento mútuo na aprendizagem. Ele surge quando um grupo de pessoas, cada uma ansiosa por descobrir como fazer algo importante para elas, descobrem e experimentam uns aos outros como parceiros de aprendizagem”.
Etienne e Bev Wenger-Trayner

Minha melhor experiência com espaços de aprendizagem social começou em 2020, quando a pandemia surgiu e os bloqueios se impuseram. Você deve se lembrar que muitos de nós foram forçados a se adaptar a uma nova maneira de trabalhar e se comunicar. Como já vinha ensinando a facilitação virtual desde 2018, eu vi claramente as dificuldades que as pessoas estavam enfrentando nesta mudança repentina. Muitos estavam desempregados e haviam perdido todas as perspectivas de trabalho presenciais com grupos. Eu sabia que podia compartilhar meus conhecimentos e habilidades para ajudar, então comecei a organizar encontros para compartilhar e disseminar práticas de facilitação virtual gratuitamente, buscando apoiar os colegas em necessidade (e mesmo desespero). Isto começou como uma maneira de ajudar os outros a sobreviver e lidar com os desafios da pandemia, mas rapidamente se transformou em algo mais.

Comunidade de Prática das Estruturas Libertadoras liderada pelos Autores e Praticantes de Seattle, USA

Nos últimos dois anos, tive o privilégio de conhecer e aprender com facilitadores de muitos países e contextos diferentes. Esses espaços de aprendizagem social nos permitiram compartilhar experiências, melhores práticas e construir uma rede de indivíduos com uma mentalidade semelhante. Foi uma jornada que nos permitiu crescer pessoal e profissionalmente e descobrir novas maneiras de criar impacto positivo em nossas organizações e comunidades. As relações de apoio que criamos coletivamente dentro desses espaços se tornaram um poderoso motor para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. E tem sido o mesmo para outras pessoas que compartilham feedbacks espontâneos.

Encontros de Prática de Facilitação Virtual • 23 Edições até agora…

Com minha companheira na Facilitação Virtual e muitos facilitadores especiais convidados, continuamos a oferecer esses eventos abertos. Mas esses encontros se tornaram muito mais do que apenas a construção de habilidades de facilitação virtual. É sobre conectar-se com indivíduos que acreditam que o ambiente online pode criar impacto positivo nas organizações e comunidades. É sobre construir relacionamentos e um senso de pertencimento. Talvez a crença subjacente - e pode ser ingenuidade minha, eu sei - seja que, praticando juntos e aprendendo um com o outro, estaremos criando um futuro melhor para todos nós.

Se você compartilha desta crença, e se está cansado de se afogar em informações e pronto para embarcar na aprendizagem junto a outras pessoas, venha para uma de nossos próximos Encontros de Prática!

Que possamos nos conectar, aprender e crescer juntos.

Fernando Murray Loureiro, Facilitador e Designer de Experiências
Você pode me encontrar em [email protected]